CONGELADO NA BICICLETA

Organizadores verificam se todos os ciclistas estão bem congelados.

Ontem fomos ao nôno circulo e voltamos. Não ao céu, mas à uma resolução de treinar sozinho. O que antes era a motivação para treinar, se tornou a completa desmotivação para sentar na bike. Entre 35 ciclistas, não vi coleguismo nem companheirismo e decidi que a motivação não é mais participar de um grupo mas de fazer números em competição. O treino de 80 quiolômetros, que deveria ser uma volta tranquila com o time do trabalho se tornou um inferno dantesco. Satan estava lá abanando suas azinhas e deixando todo mundo congelado com tanta água, frio e uma série de pneus furados.

Ao todo foram 8 pneus furados e a cada vez o grupo inteiro parava para esperar o pneu de alguém ser trocado. O resultado é que o corpo esfriava ao ponto do corpo começar a tremer e os dentes baterem. A temperatura estava por volta dos 3 graus mas o vento e a chuva que não parou um segundo davam a sensação térmica de abaixo de zero. Para piorar, os "organizadores" da volta não se adaptaram a situação e decidiram continuar com o plano dos 80 quilômetros. O que poderia ser cortado em pelo menos 20 se a gente desistisse de fazer loops em uma área com algumas subidas. Vale salientar que eu estava usando toda a minha roupa de inverno...

E para piorar, faltando 25 kms para a chegada tive que baixar minha velocidade para 15kms/h . O motivo é que eu estava com vontade incontrolável de fazer xixi e decidi parar já que o grupo estava indo bem devagar. Eu conseguiria alcançá-los facilmente. Depois de feito o xixi, comecei a pedalar e quando já vejo o grupo percebo que uma das novatas tinha ficado para trás. Quando chego perto descubro que ela estava completamente esgotada, desorientada e mal pedalando. Para encurtar a estória, fiquei para ajudar, perdi o grupo e tivemos que fazer o caminho de volta sozinhos aos 15kms/h. E para piorar, ela não conhecia o caminho e estaria completamente perdida. Não tinha como deixá-la para trás.

Nessa velocidade meu corpo não esquentava nada. Lutar contra o frio com o ritmo cardíaco de 110 bpm é uma batalha perdida. Levamos tanto tempo para chegar que a hipotermia estava me pegando. Ao entrar no prédio da chegada eu tremia tanto que nem conseguia tirar a roupa para tomar um banho quente. Tive que me encostar em um aquecedor para conseguir tirar as botas, casacos, etc. Tudo encharcado e gelado. Passei uns 40 minutos embaixo do chuveiro quente para esquentar. E a minha bronca no lance todo é que não era minha responsabilidade ajudar a mulher. Era responsabilidade dos organizadores, que deixaram os novamos para trás nas piores condições imagináveis. Com esse grupo só saio agora se for para voltas obrigatórias... E espero não ficar doente.

QUANTIDADE DE TREINO
Ontem fiz minha sessão de ginásio com 15 minutos de aquecimento na bicicleta de spinning, várias séries de agachamento (peso nas costas, peso na frente, beso na frente por baixo), alongamento para as costas e abdominais e fechando com mais 15 minutos de volta à spinning bike (boa frequencia (90rpm), pouca resistência para recuperação). Um total de 1hora e 20 minutos.
Tomei o meu shake de proteína no final e foi tudo bem. Mas à noite minha garganta começou a arder um pouco e eu já aprendi que é o meu corpo me dando o primeiro sinal de que vai fechar prá balanço. Melhor escutar o que o corpo está dizendo do que pagar com uma parada de mais de uma semana. Como tinha feito o mesmo treino na segunda-feira, achei que estava bom relaxar hoje e não ir para a volta de mountainbike com o grupo do trabalho. Uma pena porque eu estou realmente gostando dessas voltas.
Mas minha dúvida agora é: já estou começando a entrar em overtraining? Como pode ser se a quantidade de horas semanal ainda é pequena? Por volta de 6 horas. Ou ainda é o frio do inverno baixando minhas defesas? Tenho que comer mais? Ou comer melhor? Estou com alguma alergia ou é o stress? Bem, é um monte de pergunta. Tenho que pensar... principalmente se estou com aquela pulga atrás da orelha sobre triatlon.
Domingo tem volta com o time do trabalho na estrada: 80 quilômetros basicamente planos, com alguns sprints de grupo e algum tempo esperando os retardatários (esfriando). É esperar que o frio não esteja como ontem: - 6º C.
TRAINING UPDATE

Finalmente o tempo deu uma melhorada e o treinamento voltou prá estrada. No fim da semana passada, quinta-feira, fizemos 20 kms de mountain bike. Uma rota nova para mim com muitas subidas técnicas, lama e raízes de árvores. Algumas quedas e coração disparando para os 180 bpms constantemente. No sábado, 65 quilômetros contra o vento frio. Segurando o coração nos 130 bpms. Uma boa volta, apesar de chegar em casa com os pés congelados.
Hoje foi dia de ginásio. Uma hora feita de 15 minutos de corrida e o resto de squats. Com diversos pesos e atenção na postura para me curar do muted hips.
MUTED HIPS FUNCTION


Ontem, enquanto fazia meus exercícios de fitness, descobri que as minhas dores de região lombar provavelmente se devem também a um problema bastante comum: muted hips. Eu não consegui encontrar tradução para isso, mas basicamente significa que o quadril não é forte o suficiente para manter a força constante (seja levantando peso ou pedalando) e começa a recrutar os músculos da perna. Resultado, dor e menos potência. Também significa que o quadril não tem a flexibilidade que deveria ter. Eu não consigo "empinar" a bunda...

Também faz parte do problema uma certa atrofia neural. Durante as férias de Janeiro, conversando com um amigo fisioterapeuta, ele me mostrou que eu tenho um pouco de atrofia no nervo que vem da coluna vertebral até o calcanhar. Essa atrofia também causa dor, principalmente na hora de fazer força por tempo prolongado = subir montanhas. Para resolver a situação, ele me mostrou dois exercícios de alongamento neural que estou fazendo todos os dias.

A boa notícia é que o treinamento que eu estava fazendo para a região lombar é o correto. Seguir fazendo aguachamentos com peso nas costas, nos peitos e baixo (deadlift). Só tenho que corrigir ainda mais a posição e começar a soltar o quadril. E também prestar atenção na minha postura durante o dia-a-dia no trabalho...
O RITUAL
Outra vez começou a época de treino e longas voltas aos domingos. Acho que todo ciclista segue um ritual próprio para arrumar e sair de casa o mais rápido possível e sem acordar o resto da casa. O meu ritual começa na noite anterior: verifico no plano anual o tipo de treino, decido quantos quilômetros e escolho a rota. Tudo depende se vou sozinho ou vou encontrar alguém. Olho a previsão do tempo: chuva, neve, sol, temperatura, direção e força do vento. Decido que horas sair: normalmente entre 6 e 7 da manhã. Verifico os planos do dia com esposa (chefe) e ajustar horário de saída (lembrar de ajustar despertador) e comunico a expectativa do horário de retorno. Discutimos o que está na agenda com a família: visitar tia, jantar com alguém?

Se a rota não for conhecida, anoto os pontos de navegação em post-it. Plastifico-o com fita adesiva e coloco na bicicleta (que fica no quartinho de despejo atrás da casa). Verifico pressão dos pneus, luz se necessário, bomba para encher pneu, bolsa para emergência (duas câmaras de ar, dinheiro, paracetamol, desembeiçador de pneu). Preparo as garrafas: uma com energy drink (1litro) outra com água (1 litro). A do bico aberta é a de água e vai na parte de trás do quadro. Separo a comida: barras energética de cereais, gel energético, 1 banana e sanduíches com geléia (que serão feitos pela manhã): um item para cada hora de treino. Coloco tudo ao lado das garrafas, perto da porta de saída dos fundos.

Vou ao quarto e separo a roupa de treino na seqüência que vou vestir: meias de perna inteira, calção de ciclismo, o sensor de ritmo cardíaco, camisa interna, camisa externa com bolsos, cobertores de braços e casaco térmico ou de chuva e meias. Colocar tudo no banheiro para fácil acesso pela manhã. Pegar também: sapatos, óculos escuros, gorro, computador da bicicleta, chave da casa e luvas e colocar dentro do capacete. Colocar tudo ao lado das comidas perto da porta de saída. Ir para cama, colocar despertador para 30 minutos antes da hora de saída. Dormir.

Acordar às 6:00 da manhã. Ir pro banheiro. Primeiro coloco as meias compridas (ainda bem que nunca ninguém me viu nessa hora), depois o calção, sem colocar as alças do ombro. Agora é o sensor de coração, com a ritual lambidinha no dedão para umedecer o sensor. Um de cada lado. Agora vem a camisa interna e agora sim as alças do calção. Em cima, vai a camisa e as proteções para o braço. Meias terminam a preparação roupística. Pego o casaco térmico e desço para sala. Colocar o casaco agora é garantia de superaquecer. Antes de descer, olhadinha na filha dormindo prá dar boa sorte...

Enquanto o café é feito, faço uma banana machucada com cereais (tipo farinha láctea) e como. Bebo café com pão branco com geléia e, enquanto o comprimido de vitamina C dissolve no copo de água, preparo os sanduíches: pão com geléia, bastante geléia. Coloco toda a comida nos bolsos das costas. Barras no bolso esquerdo, banana e gels no bolso do meio, sanduíches no bolso da direita. Fácil de lembrar durante o treino ou corrida.

Volto prá sala e coloco o gorro e o capacete. Gorro cobrindo orelha e então coloco os óculos escuro por cima do gorro para não machucar orelha. Incrível como esses óculos de competição são apertados. Pego o computador e coloco preso na perna do calção. Pego as luvas e enfio entre minha barriga e a camisa. Pego sapatos, garrafas de água e chaves da casa e saio pela porta da cozinha até o quartinho de despejo. Coloco garrafas de água na bike. Energy drink na frente, água atrás. Tiro computador do calção, coloco na bicicleta e dou uma rodada na roda dianteira para ver se está funcionando.

Calço o sapato direito, apertado mas não demais. Sempre o direito primeiro. Coloco o protetor de frio, que está sempre ao lado da bicicleta. Calço o sapato esquerdo e o protetor, que sempre dá mais trabalho e o pé dói mais (Velha queda de skate que sempre dói no frio...). Saio com bicicleta pela porta dos fundos da casa. Olho o relógio: 6 e meia da manhã. Bom. Coloco as luvas, sento na bicicleta e dou um balancinho prá ver se não há nada solto. Dou as primeiras pedaladas bem devagar, umas mudanças de marcha. Duas prá cima, uma prá baixo. Tudo funcionando. Faço uma curva prá direita e outra prá esquerda e estou na estrada. Assim cedo vai estar sempre frio e escuro até o mês de março/abril e o ritual vai diminuindo pelo número de roupa.

Não há ninguém na rua. Afinal é domingo e a maioria das pessoas só vai acordar daqui a duas horas. Gosto dessa primeira hora. Depois é encontrar alguém dos companheiros para as próximas 4 ou 5 horas de pedalada...
TREINO: 40KMS

Hoje foi dia de treino leve para me recuperar da gripe. Fiz 20 quilômetros até a ponte em Vianen e voltei. Estou de volta ao treino de baixa intensidade: velocidade não é importante. O importante é não deixar o coração passar de 130 batidas por minuto. E não deixar baixar de 125bmp. O que parece um treino fácil, porque você vai devagar e todo mundo passa de você, na verdade é bem forte. Porque você tem que manter o coração o máximo próximo dos 130, você não relaxa e mantêm a baixa intensidade o tempo todo. Incluindo quando está descendo.
Nunca relaxa.
Essa semana vou seguir com um treino leve para ver como o corpo reage. Dia 27 tem a primeira corrida do time da Nike e sábado Uazir vai pegar a bike nova dele. Então será mais um companheiro para pedalar.
NATAL - CAMPUS - TABATINGA - CAMPUS - 60KMS
Mirante dos Golfinhos: Meu ponto de retorno de volta à casa.

Esse vai ser o review da minha volta preferida até hoje quando estou de férias em Natal. Saio do Conjunto dos Professores até o Mirante dos Golfinhos em Tabatinga, tomo uma água de côco e volto. 60 quilômetros ao todo. Como essa é uma volta feita por um monte de gente, vou escrever pouco prá não ficar chovendo no molhado. Fiz essa volta três vezes enquanto estive em por lá. Todas pela manhã, saindo de casa por volta das 8 horas. Peguei chuva, temperatura amena e também calor de 42 graus. Além disso há uma pequena diferença no trajeto que explico depois.Saindo do Conjunto dos Professores, sigo pela Roberto Freire até a Rota do Sol. No início da RdS tem sempre uns ciclistas se preparando para sair num daqueles postos de combustível. Mas infelizmente eu nunca consegui emparelhar com ninguém prá conversar. Então, eu na verdade nunca conversei com outros ciclistas de Natal, o que é estranho prá mim. Mas isso é outra história para outro dia.

A RdS é aquilo de sempre. Basicamente plana com algumas subidinhas de 2 ou 3%. A única coisa que vale a pena comentar é que naqueles mais ou menos 10 quilômetros até a ladeira de cotovelo, perto do Barramares (que acho que tem o pessoal está chamando de Ladeira do Viagra) a temperatura sobe uns 3 graus se comparado com a Roberto Freire. E não sei se é devido a época do ano (sempre Janeiro), mas eu sempre acho com muito menos vento. Meio sufocante.

Prá dizer a verdade, eu não gosto desse trecho porque é meio monótono. É bom prá aquecer e tentar manter uma velocidade constante. A coisa começa a ficar interessante em Cotovelo. A Ladeira do Viagra, o primeiro desafio do dia, tem por volta de 700 metros e começa bem suave. Ela parece menor que a de Tabatinga mas isso é devido ao fato do ciclista já entrar nela embalado pela ladeira anterior e também porque a ladeira não termina quando você passa pelo “portal”. Ela continua ainda por um par de metros. Vale salientar que eu registro as ladeiras do ponto zero de inclinação ao ponto zero de novo.

Ela começa suave, subindo bem gradualmente de 3 a 8% de inclinação nos primeiros 100 metros. O meio dela é bem regular, entre 11 e 13% nos seguintes 320 metros. Por volta dos 360 metros é quando se passa em baixo do pequeno arco de metal e a parte difícil da subida termina. Daí é só seguir entre 4 e 2% até ficar plano de novo. Na verdade, quase ninguém pensa nisso como parte da ladeira. Mas para um corredor de speed qualquer graduação no terreno ainda é parte da subida e significa uma queda de velocidade e de resultado final. Imagine que as corridas de montanha do Tour, Giro ou Vuelta sempre terminam no topo, na inclinação zero. Daí é relaxar um pouquinho. Mas não muito porque vamos começar a parte que realmente é legal nesse trecho. Entre Pirangi e Pirambúzios temos a maior concentração de subidas de toda a volta. É uma subida depois da outra, algumas apontando 15 a 20% de inclinação por um pequeno espaço. Pouquíssimos na verdade. E a brincadeira para mim é tentar atravessar todas elas o mais rápido possível. Em Pirangi, temos uma opção no trajeto, que se apresenta em frente ao Cajueiro. Seguir adiante pela estrada principal, com várias subidas e descidas, ou pegar o desvio e enfrentar uma subida mais íngreme.

Fiz as duas formas. Bem em frente ao cajueiro, onde a rua só passa um carro de cada vez, há uma entrada à direita. Nessa, você vai pegar o desvio (que é obrigatório para os carros durante o fim de semana, se não me engano). Aí você entra de cara numa ladeira bem íngreme, apesar de curta. São só 270 metros, mas ela chega a 24% de inclinação, com bons trechos de 18 e 20% no percurso. Gosto de encarar ela para colocar mais um desafio no caminho. Pirambúzios é outra área cheia de subidas e descidas. Algumas bem puxadas, como uma ladeira que chega aos 25% mas é bem curtinha, no máximo uns 50 metros. Meu pai chamava essa de ladeira do corno, porque tinha um quebra-mola no início e fim. Depois dessa há ainda as duas ladeiras perto da Apurn, mas colocaram aqueles tijolinhos amarelos e você tem que baixar a velocidade, o que é um saco. Búzios é totalmente plana e curta, uns 6 quilômetros. É um bom lugar para comer alguma coisa, beber, relaxar e ver o mar antes de enfrentar o objetivo do dia: A ladeira de Tabatinga. O único ponto a ter atenção é com as diversas ruas vindo da sua direita, por causa dos carros. Nunca tive problemas, mas a gente sabe que basta uma vez.

A ladeira de Tabatinga é para mim o teste no começo do ano para saber qual o meu nível de “fitness” antes de realmente começar o treinamento em direção à Etape du Tour. A Etape é a corrida para qual eu treino durante todo o ano e acontece sempre em Julho na França. Então, saber qual a máxima potência e ritmo cardíaco em janeiro em condições bastante similares à da Etape (em relação a temperatura) é sempre uma boa forma de comparação para a evolução dos treinos. Dessa vez posso dizer que não consegui subir totalmente no primeiro dia (acho que ainda era resultado da gripe que tinha pegado logo ao chegar em Natal). Mas na segunda e terceira vezes, subi muito rapidamente com uma média de 10km/h. O que me deixou muito feliz. Acho que a média do ano passado foi de 7 km/h. E consegui atingir o meu máximo ritmo cardíaco sem me sentir mal.




A ladeira começa entre 3 e 7% de inclinação, mas um pouco depois de você fazer a curva suave à esquerda, a coisa aperta bem rapidinho. Como li no blog Rapadura Biker (http://www.rapadurabiker.blogspot.com), é sempre bom dar uma olhada se não vem ônibus ou caminhão para subir a ladeira. Não há acostamento e espaço prá ciclista. Eu sempre vi a ladeira em três fases e meu computador confirmou isso. A primeira, facinha. A segunda dá uma apertada até 22% mas o asfalto ainda está bem, mas você já consegue ver a pior parte. Dá prá reconhecer a parte mais íngreme, porque está cheia de cimento no asfalto. Quando você chega por volta de 60% da ladeira, ela dá uma guinada prá cima. O gradiente pula de 15% para 24% bem rapidinho e daí para o máximo de 33%. O que acontece por um espaço MUITO PEQUENO de terreno. Acho que não é nem por 10 metros. Mas você sente nos músculos. Posso dizer agora que é a ladeira mais íngreme de todas que enfrentei em Natal, incluindo Ladeira do Sol e Ladeira das Virgens na Ribeira. O total é de 580 metros que sempre deixam uma sensação de triunfo quando conquistados. E usando bicicleta com disco de 48 na frente e catraca de 25 atrás, é uma conquista arrancada a suor e dor a cada vez que é encarada.


Depois é seguir até o Mirante dos Golfinhos, sentar na sombra e relaxar por uns minutos antes de voltar. Tentar ver um golfinho ou dois bebendo uma água de côco, comer alguma coisa e seguir de volta. Sempre aproveito para encher a garrafinha com água de côco também. Para mim não há melhor líquido energético: glicose, sais minerais e tudo natural. A diferença no trajeto de retorno são as duas subidas graduais, uma em Pirangi e outra em Pium, que são de 1.5 quilômetros a 4%. O resto é até mais fácil, com boas descidas e vontade de voltar prá casa. A parte que eu acho divertida é sempre entre o Praia Shopping e Cidade Jardim, onde consigo meter uns 45km/h constante e deixar a galera olhando meio confusa eheheh.
DOENTE E SEMENTINHA

Estou doente. Quer dizer, já estou na recuperação (lenta ladeira acima). Mas dessa vez o vírus que me pegou foi forte. Depois da volta de mtb da semana passada eu acordei na sexta-feira com a garganta ardendo e com muita tosse. A coisa degringolou no final do dia com uma febre de 39 graus e muita náusea. E assim foi o fim de semana. Finalmente na terça-feira à noite que comecei a melhorar. Agora é quinta-feira, vou perder a volta da semana e o fim de semana vou relaxar. Um pequeno contratempo no começo do meu ano em treinamento.
Mas também um bom momento para dar uma olhada em alguns blogs que me foram indicados. O blog do Max (http://maxkonabikes.blogspot.com/) é um que venho acompanhando (incluindo os blogs que estão listados nos links). E aí começou uma coceira no fundo da minha mente: triatlo. Talvez seja a forma de manter o ciclismo vivo se voltar ao BR...
TRAINING LOG
DOMINGO 6 FEVEREIRO 2011

FITNESS
Monday Jan 31, 2011
Peso: 76 kgs
Rowing/remo = 15 min - 85 watts avg /
Squat weigh in back/Agachamento peso nas costas = 40kg 3 sets/7reps
Squats weigh in front/Agachamento peso na frente = 20kg 2 sets/12reps
Senti uma fisgada na parte traseira da coxa direita. Parei o treino e fiz 15 minutos de spinning para relaxar o músculo.

BIKE RIDE
Quinta 2 fevereiro 2011
Peso: não registrado
Mountain Bike Ride : 17 kms
Ride time: 1h25m

TOTAL TRAINING TRACKING:
Gym work: 10 h - 5200 kcal
Ride time: 5 hrs - 97kms - 4400 kcal

BRASIL:
Distancia: 168 kms
Tempo: 8 horas e 13 minutos
calorias: 5794 kcal
FÉRIAS NO BRASIL - VOLTA NATAL CENTRAL - 10 jan 2011

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Essa é a primeira parte do review do que eu eu chamo de Volta de Natal Central que fiz no dia 10 de Janeiro. Esta é sempre a minha primeira saída quando estou em Natal de férias. É uma volta curta, de 30kms, mas com alguns desafios pelo caminho. Principalmente se o jetlag ainda está no seu sistema. O percurso não é muito original mas traz um bom apanhado das melhores subidas da região central da cidade. Também é bom para o corpo acostumar com a bicicleta que tenho no Brasil. O que é por si só um desafio extra: uma monarq 10, com discos de 52 e 48 na frente e com catraca maior de 28 dentes. Tudo original em aço, ferrugem e sem pedal do tipo click.

Saindo do Conjunto dos Professores, ao lado do Campus da UFRN, sigo pela Roberto Freire até Areia Preta pela Via Costeira. A Roberto Freire é um bom lugar para aquecer os músculos. É basicamente plana e você só tem que ter atenção em algumas ruas vindo do lado direito e na hora de passar em frente ao Praia Shopping e os carros saindo de frente ao Banco do Brasil. Em frente ao Praia Shopping há uma pequena subida de 6% de inclinação. Mas é bem rápida. Depois é entrar na Via Costeira com uma bela descida de 7%.

Eu segui pela nova ciclovia já que não tive coragem de ir pelo asfalto. Muita gente falando de acidentes de carro por causa nas novas curvas (?). A Via Costeira é basicamente onde eu entro em ritmo de viagem. Subidas entre 3 e 5% de inclinação, mas todas curtas com um máximo de 400 metros. A ladeira mais longa é um pouco antes da entrada para Mãe Luíza. Depois é seguir por Areia Preta, Praia do Meio, Artistas e do Forte até a ponte nova para Redinha. Trajeto que é totalmente plano.

Atenção com os carros e os ônibus de turistas. Pela quantidade de gente na praia, eu prefiro dar uma reduzida na velocidade. Também pouco antes de chegar na ponte, há uma entrada de carro pela sua direita. É bom prestar atenção já que mesmo que você esteja usando as cores mais berrantes, você é invisível. E gente invisível não tem prioridade.


A ponte não é nada especial (veja perfil da subida acima). A entrada é bem pequena e você tem que procurar por ela. Eu não subi pelo asfalto, preferi a subida pela lateral (afinal não há muitos pedestres). Para entrar você tem que praticamente parar a bicicleta, entrar meio de lado e logo encarar um trecho de uns 130 metros com 4% de inclinação seguido de uns 200 com 8%. Porque você não tem velocidade nenhuma, a freqüência de pedalada estará muito baixa, o que significa começar a subida usando força em vez de ritmo (Principalmente se o seu disco na frente for de 48 dentes). Procure não exagerar pois ainda há 1 quilômetro de subida e você pode gastar todas as energias logo de cara.

Depois desse primeiro “acorda coração-língua de fora”, a coisa fica mais leve entre 5 e 7% até o topo. É a primeira subida de verdade do ano e fiquei feliz com o resultado: acho que gastei uns 35 minutos até ali desde casa. Aproveite para comer e beber enquanto o corpo esfria com a brisa do mar. E também porque a ponte é alta suficiente para você não sentir o cheiro do rio Potengi se a maré estiver baixa. A descida é rápida (todo santo ajuda), mas tome cuidado já que o piso é irregular e você tem que frear forte para sair da ponte.

Agora é relaxar no retorno pelas praias até a Ladeira do Sol. O grande desafio do dia. Quando eu era criança e morava no Tirol, a Ladeira do Sol era um obstáculo intransponível. Naquela época eu tinha uma Calói Cruizer e não se pensava em subir a ladeira com aquele “camelo” nunca na vida. A melhor opção quando ia jogar bola na praia do Forte era voltar pela ladeira atrás do Farol Bar. Mais longa mais menos íngreme. Agora com uma bicicleta um pouco mais leve, a coisa ainda mudou pouco. Olhando o resultado no computador da bicicleta, a ladeira não parece assim tão íngreme. Mas aparência engana.


Eu comecei a registrar a ladeira desde quando se faz a curva à direita na praia. A primeira parte da subida até o semáforo é OK, 6%. Os próximos 200 metros depois do sinal é que são pesados. Entre 13 e 14% mas como estava olhando diretamente para o computador, vi que em alguns pontos ele apontava 17%. Felizmente por um espaço bem curto (talvez menos de 5 metros (vale salientar que o computador estava registrando os dados a cada 15 segundos ou +/- 50 metros).


Depois disso, a coisa vai amainando de volta aos 7%, 5% e 2% até chegar um pouco antes do hospital universitário. Daí o melhor é nem parar e seguir caminho imediatamente. Como o esforço foi muito grande, com o coração batendo no limite máximo por algum tempo, o melhor é seguir pedalando bem devagar. Mover as pernas sem fazer força para que o sangue siga circulando e ajude na oxigenação. Dalí passei em frente a maternidade, virei à direita e segui até a Deodoro. Desci a ladeira em frente ao antigo Diário de Natal. Muito curta mais fica fixa em 16% por quase toda extensão. Da próxima vez tento ela subindo...


Desci até a Ribeira e dei a volta para subir a ladeira inteira até a Maternidade. A ladeira é uma boa distância, 880 metros com dois trechos de 10% e o resto entre 7 e 8%. É uma boa para manter ritmo e seguir com estabilidade.O resto do caminho vai pela Prudente de Morais até o Machadão. Uma linha reta cheia de sobe-e-desce variando entre 6 e 8%. Nada de se tomar nota a não ser o tráfego. Que é muito pesado, mas para minha surpresa os motoristas de ônibus deram espaço e os motoristas de carro não pressionaram muito. Só em um momento me senti em situação de perigo. Quando um carro da prefeitura entrou na Prudente sem esperar por mim e por um motoqueiro. Mas era quase esperado.

Entrei na Norton Chaves até o batalhão do exército e enfrentei a última ladeira do dia. A que chega no anel viário do campus. Na maior parte da subida, eu marquei um máximo de 9% de inclinação, com o último metro muito íngreme. Um verdadeiro rasga músculo... Aí é relaxar e chegar em casa. O dia estava nublado, mas não choveu. Média de 30º C de temperatura, com máxima de 34º C. Levei 1h47m principalmente porque tive que parar no posto de Mãe Luíza para trocar um pneu furado, devido a pedaços de vidro deixados pelos festeiros da Via Costeira.
No geral, uma volta boa para esquentar os músculos para as outras voltas mais pesadas. Uma opção seria subir a ladeira do DN em vez de descer e seguir a Prudente de Morais até Candelária e Cidade Satélite para alongar a distância e colocar outra ladeira na jogada. Nada bonita ou bucólica, mas uma seria uma boa volta para apostar uma corrida com alguém! Só fique de olho nos carros da prefeitura...
Na seqüencia: Campus - Mirante dos Golfinhos.