ULTIMO TREINO NO BRASIL





























Domingão foi um dia engraçado. Era o meu último dia de treino no Brasil e eu queria fazer 110 quilômetros prá fechar bem a minha temporada aqui. Saí de Aldeia da Serra, e fui primeiro até o final da estrada do Ingay que é de subida (nome que garanto que o pitombas faria mil piadas) prá aquecer.  O que começou como um dia muito frio, chegou a esquentar e terminou como o melhor treino feito no Brasil.

Estavam uns 11 graus e eu queria esquentar os músculos antes de descer a serra. O trecho de Aldeia até o fim da estrada do Ingay é ondulado e de bom aslfato. Já a descida foi fria mas tranquila já que era cedo e não havia carros. Entrei na rodovia Castelo Branco em direção a Sorocaba, o que deixaria os holandeses mais assustados que esmalte em festa de acetona. O caminho na Castelo é uma reta constante e com subidas de 3 a 5 quilômetros a 4% de inclinação. Bom prá esquentar. O vento estava nas costas e consegui manter uma velocidade de 38 a 40 km/h.


Segui até a entrada para Santana do Parnaíba, onde segui o melhor caminho que já vi aqui. É a estrada da Igreja Velha que depois vira estrada do Suru. São mais ou menos 15 quilômetros de constante subidas e descidas entre 8% e 11% de inclinação. A estrada é fantástica, quase sem carros e margeada de vegetação. Eu gostei principalmente da calma e solidão, atravessando fazendinhas, pequenas casinhas coloridas e o ocasional cachorro vira –lata.

Turma que encontrei em Pirapora do Bom Jesus.
Se tivesse um grupo desse prá treinar, a quilometragem estaria mais alta.

 Ao chegar em Santana, entrei na velha conhecida, a estrada dos Romeiros até pouco depois de Pirapora de Bom Jesus. A estrada é boa para treinar mas eu já estou meio de saco cheio dela e de treinar sozinho. Ao completar os 55 quilômetros para decidir voltar, encontrei um pequeno grupo de 3 ciclistas. Eu cheguei perto e perguntei até onde eles iam, mas o cara foi meio arrogante e decidi seguir. Mas logo depois de uma forte descida, encontrei outro grupo que estava descansando e que ia na mesma direção que eu. O pessoal era muito legal e acompanhei eles até a entrada de Alphaville. Um ponto bom de seguir um grupo é que lhe impõe um ritmo e motiva a puxar um pouco mais forte. Esse era um bom grupo brasileiro: mandando ver nas subidas e fazendo piadas com todo mundo. Se eu tivesse um grupo assim treinaria muito mais. Mais motivação. Os caras eram muito gente boa.

Perfil da subida de Aldeia da Serra.
 Daí foi entrar para Aldeia e enfrentar a subida de Aldeia da Serra pela última vez nessa temporada brasileira. Dessa vez eu decidi seguir o caminho até o pé da subida bem rápido e sem deixar as pernas esfriarem muito. Segui a uma média de 32 kms/h e quando comecei a subida já tinha 100 quilômetros nas pernas. O meu primeiro medo era que as câimbras se repetissem como na semana passada. Por isso queria chegar na subida com as pernas bem aquecidas. Comecei a subir sem puxar muito e como não senti nenhum indício de câimbra, mandei força. Subi bem até o último quilômetro. Consegui manter uma velocidade de 10 km/h nas partes de inclinação de 11%. Somente nos últimos quilômetros eu realmente morri porque tinha usado todas as minhas energias. Fiquei feliz porque fiz os 110 quilômetros em 4 horas e 35 minutos. Uma boa marca se levar em consideração que a quantidade de quilômetros de escalada em total foram 40 kms. Infelizmente, durante todo o dia meu sensor de ritmo cardíaco não funcionou e fiquei sem saber a intensidade.

Não podia ter fechado melhor a minha temporada tupiniquin. Feliz. Domingo, tem o treino mais longo do ano: 150 kms nas subidas de Utrecht. O resto da semana vai ser difícil de treinar. Viagem amanhã, chegando quinta-feira na Holanda e sexta-feira tem evento do departamento que vai tomar o dia todo. Só no domingo...

1 comment:

  1. Nõ estou curioso Wagner, mas sou obrigado a te perguntar. Você gostou mais quando tava subindo InGAY, quando estava em InGAY, ou quando desceu InGAY? Pode explicar cara!

    Boa Sorte no Tour Seu Lunga!

    Magnus
    Potyguar Fireman.

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