11 STEDEN: 240 KMS DONE!

Last Monday June 28 was the day of the 11 Steden Fietstocht ride, the longest one of the year. 240 kms on the flats of Friesland, north of Holland. The ride is suppose not to be a race but a leisure ride across the 11 cities that are part of the traditional 11 Steden ice skating race held rarely in winter. But 240 kms is never leisure and especially if you want to do under 10 hours. It was a very nice ride with another 15 thousand cyclists and a colleag but with a grueling last 40 kms agains the wind.

Segunda passada, dia 28, foi dia de participar no 11 Steden Fietstocht, o treino mais longo do ano. 240 quilômetros na Frisia, norte da Holanda. A volta supostamente não é uma corrida, mas uma "volta" pelas 11 cidades que fazem parte da tradicional corrida de patins de gêlo, o 11 Steden nunca é uma volta fácil. Especialmente se você quer fazer abaixo das 10 horas. Foi um dia bom com outros 15 mil ciclistas e um colega do trabalho. Mas os últimos 40 quilômetros contra o vento foram de matar.

The day, as is getting common now, start very early with a breakfast at 4:00am and a car drive of an hour and half to the city of Bolsward, the first city of Friesland, right after the dike that closes the country to the North sea. Even that early the sun was already giving hints in the sky and the temperature was around 12 degrees, what promised a warm and rain free day ahead. Good! Arriving at the place, you can feel the buss in the air. The parking is already getting filled with bikers. Groups of 4 and 5 riders getting the bike and the food ready for the long day. Even knowing tha the organization will provide some food, you gotta bring your own. Mine consisted of 1 banana, 2 white bread with jam and peanut butter, 1 energy bar and 4 food gels (different from the energy gels as it is all natural). We were scheduled to start riding at 6:52 and I met my colleage close to the start around 6:45. We rode to the start but because it isn't easy to manage 15 thousand bikers trying to start as soon as they can, we could only start at 7:30. The first half of the race is pretty calm, everybody trying to save energy for the long day. Speed was around 25kms/h and the groups were too big and they were taking the whole bike lane. It made very difficult to overtake. After Franeker, the 3rd city on the traject, around 40 kms from the start we started really pushing. Going around 32 kms/h. We were taking over a lot of people at that point and leading big trains. A lot of people were very keen on sucking wheel but not share the work. And in that situation we stayed most of the day, pushing to 39 kms/h at some points when the wind helped but mostly staying around 30 km/h against the wind. Until hitting the city of Oudemirdum, we got basicly cross wind the whole day. What slowly sucks energy out of us. From them on you have the last 40 kms of the day and it is headwind the whole time. We already knew it would hurt but you always get surprised how much the wind can really stop you. I was pushing my hart rate to 170 just to keep a 24 kms/h speed. Big groups were formed then and we stayed in one to get protection from the wind. But apart from a couple of guys in the front, the rest didn't want to share and the group was very slow. The last 15 kms are even worst. You are in the open field and you can see Bolswaard church from the distance. You brain says you are almost there but the wind and the fatigue in the legs says not quite. I pushed everything I had left to finish the last 5 kms on our target of 10 hours. Which we achieved at a cost of a long recovery and dizzyness.

O dia, como está ficando norma agora, começou com um café bem cedo, às 4:00 da manhã e uma viagem de carro de uma hora e meia até a cidade de Bolsward, primeira cidade da região da Frisia depois do dique que fecha a Holanda para o Mar do Norte. Mesmo cedo assim o céu já estava clareando e a temperatura estava por volta dos12 graus. O que é uma promessa de bom tempo para o resto do dia. Muito bom. Chegando aí dá para sentir imediatamente a energia no ar. O estacionamento já estava enchendo rapidamente com ciclistas retirando as bikes dos carros e preparando-se para o dia. Grupos de 4 ou 5 que chegavam juntos e começaram a se arrumar, ajeitar a bicicleta e a comida para um dia que prometia ser longo. Mesmo sabendo que a organização fornece alguma comida, você tem que levar a sua própria sob o risco de não ter suficiente. Minha cangalha, que no caso do ciclista são aqueles bolsos atrás da camisa, continha: 1 banana, dois sanduíches de pão branco com geléia e pasta de amendoim, 1 barra energética, 4 gels e um refil da bebida energética. . Além de duas garrafas de 1 litro: uma com água e outra com bebida isotônica. Estávamos agendados para começar às 6:51 e encontrei com o meu colega às 6:40 perto da largada. Infelizmente só começamos às 7:30. Não é fácil escoar 15 mil ciclistas numa largada de poucos metros de largura e muita gente chega mais cedo do que a hora agendada, tumultuando o começo. O começo da corrida é bem tranqüilo já que estão todos tentando guardar energia. Nos primeiros quilômetros a velocidade raramente passa dos 25kms/h e como os grupos são grandes é difícil de ultrapassar. Somente depoisd e Franeker, a 3ª cidade do trajeto, 40 kms do começo é que começamos a aumentar o ritmo e passamos muita gente, inclusive liderando grupos grandes. Uma boa sensação olhar prá trás e ver que você está liderando um grupo de mais de 40 ciclistas. Pelo resto do dia a situação mucou pouco. Em alguns pontos nos mantemos por volta dos 39 kms/h quando o vento ajudava um pouco e mantivemos uma média de 30 km/h contra o vento.  Até chegarmos à cidade de Oudemirdum enfrentamos vento cruzado na maior parte do tempo. Raramente tivemos ajuda do vento. O que suga suas energias devagarinho. Daí os últimos 40 kms foram contra o vento forte e frio todo o tempo. Já sabíamos que ia doer mas é sempre uma surpresa o quanto o vento pode realmente lhe parar. Eu estava mantendo um ritmo de 170 bpm para manter uma velocidade de 24 kms/h. Esse é o mesmo esforço para subir uma montanha aos 9 km/h! Nesse pontos grandes grupos estavam se formando e ficamos neles para se proteger do vento. Os últimos 15 quilômetros são os piores. Primeiro porque é em campo aberto e depois porque é possível ver a torre da igreja que está na linha de chegada. Sua cabeça diz que você está quase lá, mas o vento e as pernas dizen: ainda não! É uma tortura. Eu dei tudo o que tinha de energia para terminar dentro do objetivo de 10 horas. Às custas de terminar tonto e de um tempo de recuparação de 20 minutos.

COMPLETION MEDAL AND CONTROL STAMPING CARD

MEDALHA DE PARTICIPAÇÃO E CARTÃO DE CONTROLE

ACCIDENTS - What a ride like this also put to test is your mental toughness. 240 kms is a long distance even when you break in blocks of 60 to 70 kilometers. You need to ride fast if you want to do a good time, but also you need to pay attention on the turns of the rode, gravel on the turns, sudden stops and in all riders around you. We saw a good number of accidents. And basically all of them came as a result of a lack of attention in a fraction of a second. Tired cyclists swaying out of a sudden and hiting others or basically failing to see a hole or a pall in the ground. I almost felt once when retrieving my water bottle I lost the balance and ran over the road in the direction of a ditch. I managed to control the bike in the grass and get back to the road safe. But it was a close call. WHAT A DAY - The day was fantastic. The weather, apart from the wind, was perfect. It started cold, around 15 degrees celsius, went up to 30 and came back to 17. The organization was excellent: food provided, sinalization given properly, warning signals in the most dangerous places, first medical help, stamping the control card was quick and efficient and car traffic was stopped in most of the places. Only in big cities like Leeuwarden we need to wait for traffic lights. I've read that more then 300 volunteers (apart from the police) participate on the event and I would like to thank all of them (which I did in most occasions). What also makes it especial is the amount of people in the street. It is a party! The whole Friesland is out on the street commemorating a nice day and the riders. Bands are playing in every one of the 11 cities, the coffieshops and restaurantes are open and the very pretty friese girls are out with their sumemr outfit. What else can you ask? Maybe a mountain... maybe not.

ACIDENTES - O que eu gosto nessa corrida é que é um treino mental também. 240 quilômetros é uma distância longa, mesmo se for quebrada em pedaços de 60 e 70 kms. Você tem que correr o mais rápido possível mas também manter atenção na estrada, nas curvas, na areia e pedras nas curvas, paradas repentinas de grupos inteiros, enfim, em tudo que está acontecendo ao seu redor. Vimos um bom número de acidentes. Alguns deles aconteceram um par de metros na frente da gente. E acho que os acidentes são causados por falta de atenção por uma fração de segundo. Um ciclista cansado perde o equilíbrio e acerta o ciclista do lado, ou não vê um buraco no chão ou um poste de sinalização... Eu mesmo quase cai em um momento quando estava estava retirando minha garrafa para beber água. Perdi o equilíbrio e quase acabei no canal ao lado da estrada. Felizmente  consegui conrolar a bicicleta e voltar à ciclovia sem grandes problemas. WHAT A DAY - O dia foi fantástico. O tempo estava excelente, aparte do vento contra. Começou relativamente frio, por volta dos 15 graus, chegou aos 30 graus e terminou por volta dos 17. A organização foi perfeita: comida oferecida, sinalização excelente, alertas dados nas horas corretas, primeiros socorros presentes a cada 15 kms, o trânsito de carros controlado para os ciclistas na maioria dos pontos e a marcação de controle feita rapidamente e sem atraso. Somente tivemos que parar em sinais de trânsito em grandes cidades como Leeuwarden. Eu li que mais de 300 voluntários (não contando com a polícia) participaram do evento e eu gostaria de agradecer a todos eles (o que inclusive fizemos quando passamos por eles). O que também faz o dia especial é que é uma festa. As pessoas estão nas ruas celebrando o dia e os ciclistas. Há bandas tocando em cada uma das 11 cidades, os cafés e restaurantes estão abertos e as lindas garotas da Frisia estão nas ruas com suas roupinhas de verão... O que pedir mais? Talvez uma montanha... talvez não.