MOTIVAÇÃO
Quando ficou certo que eu viria ao Brasil por 3 meses a primeira coisa que pensei foi: droga, vou perder toda a época de treino com os caras. Só tive a chance de realmente treinar uma vez com eles e já vou embora.
Não vou estar nas corridas de domingo pela manhã, nos treinos com o time completo um vez por mês, não vou enfrentar a corrida que eu menos gosto (steven rooks classic) e nem curtir a que eu mais gosto (Limburgse Mooiste) com eles. E pior, vou enfrentar 3 meses de treino solitário. Talvez encontre alguém aqui e ali em algumas corridas, mas não é o mesmo. São os caras que tiram onda comigo quando eu começo a reclamar de câimbra, do calor, do frio., ou quando começo a falar demais só para não prestar atenção na dor que fazem a diferença.
Não vou estar nas corridas de domingo pela manhã, nos treinos com o time completo um vez por mês, não vou enfrentar a corrida que eu menos gosto (steven rooks classic) e nem curtir a que eu mais gosto (Limburgse Mooiste) com eles. E pior, vou enfrentar 3 meses de treino solitário. Talvez encontre alguém aqui e ali em algumas corridas, mas não é o mesmo. São os caras que tiram onda comigo quando eu começo a reclamar de câimbra, do calor, do frio., ou quando começo a falar demais só para não prestar atenção na dor que fazem a diferença.
Enfim, a profecia está começando a se concretizar. Estou me sentindo só na bike. Está ficando cada vez mais difícil de encarar longas distâncias. E acho que não é fisicamente, mas psicologicamente. Sinto falta de sair com os caras. De puxar o meu limite para ficar junto com eles. E sabendo instintivamente que eles estão todos puxando os limites também. Coletivamente puxamos os limites de cada um e isso nos faz melhores. Estou chegando aos 50 kms e já pensando em voltar.
Há dois anos, fomos a Limburg, sul da Holanda, para treinar. Éramos 4 e foi um dos melhores dias de treinos até hoje apesar do grande esforço que me custou no final. Fizemos a famosa rota chamada Mergelland Route, a qual se mostrou muito mais pesada do que eu estava preparado naquele dia. Mas a camaradagem, a parada em um café em uma daquelas infindáveis cidadezinhas entre a Holanda e a Bélgica e a última parada em um pequeno trailer para comprar água (onde eu já estava em pedaços) ficaram na memória.
Estou sem motivação e na verdade não estava sabendo a razão. Hoje, descobri tardiamente o site da Rapha. Mas o site é fantástico. E os vídeos e histórias que ele conta são muito bem feitas. Há uma reportagem sobre o reconhecimento que os caras fazem das etapas do Tour da California que é fantástica. Altíssima qualidade como tudo o que a Rapha faz. Pode-se dizer que os caras são esnobes, que os produtos são muito caros, que são para riquinhos, etc. Mas também tenho que dizer que as roupas são simplesmente belíssimas. E os caras percorrendo todos esses quilômetros me fez perceber que realmente a minha falta de motivação vem da falta de companheiros. De pedalar em grupo, cada um com sua habilidade e suas fraquesas.
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